Mesmo com as salas de exposições fechadas para visitação presencial desde o ano passado, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg/Centro de Artes/Universidade Federal de Pelotas) segue com as atividades internas e com ações no ambiente virtual para o público.
Segundo o diretor da instituição, professor Lauer Santos, ainda não existe uma data prevista, nem expectativa da retomada das exposições de portas abertas em função dos protocolos sanitários de combate à epidemia adotados pela UFPel. O Malg está fechado para visitação desde 16 de março de 2020. "Durante esse período tem sido realizadas atividades de controle das condições climáticas e manutenção das obras através de técnicos especializados, seguindo rigidamente os protocolos da UFPel", conta Lauer Santos.
Mesmo com o impeditivo, a direção do Museu tentou ao longo do ano criar critérios e normas de aprimoração de alguns instrumentos para abrir uma linha de trabalho possível junto ao público. Entre as ações para este ano, a direção dá prosseguimento ao projeto virtual Mulheres no Acervo, que dá ênfase a presença feminina nas
coleções do Malg. "Esse é um trabalho desenvolvido no laboratório de curadoria, sobretudo na pesquisa da mestranda Amanda Madruga", conta o diretor. Há ainda uma expectativa de que esta atividade se torne uma ação presencial ainda este anos, mas que por enquanto não tem data denida.
Uma das diculdades para que mais o Museu apresente mais atividades virtuais é a falta de uma equipe dedicada à gestão de mídias digitais. Quem desenvolve esse trabalho é o pessoal da casa. Um dos pontos fracos dessa utilização das redes é no quesito interação com o público, que ainda é pouca. "Mas a gente está sempre buscando crescer, buscando melhorias",diz o diretor.
A diretoria prevê para esse ano um outra exposição do Gotuzzo, esta virtual, em que possa explorar materiais, que mesmo expostos no Museu, recebem um outro tipo de atenção, como documentos, fotografias, relatos, registros. "Seria uma possibilidade de explorar esse conteúdo para aproximar o artista da comunidade."
Caso as atividades físicas sejam retomadas rapidamente, a diretoria programa expor as novas doações que o Malg recebeu nos últimos anos. "São muitas coisas boas em termos de documentação e obras de arte. Inclusive tivemos a grata surpresa de ter uma obra do Gotuzzo doada por um colecionador de São Paulo no início deste ano e também obras que se agregam a essa atividade das mulheres no Museu, doadas pelo Paulo Gasparoto, de Porto Alegre." A obras cedidas por Gasparoto são da artista Gilda Marinho, nascida em Pelotas.
Para a Semana dos Museus, que ocorrerá em maio, Lauer Santos prevê, por meio de parceria com o Sesc, Rede de Museus e mestrado em Artes Visuais da UFPel, a realização na área externa do prédio, mais precisamente no jardim, uma ação com recurso de projeções. "Vamos estabelecer essa convergência entre as mídias sociais (Instagram, Facebook e site) do Museu".
Um ponto muito importante, salientou o diretor, deste último ano, e que tem sequência agora, tem sido o planejamento da expansão do Museu para a área anexa ao prédio que ele ocupa. Na área atual, o prédio do antigo Lyceu da Universidade, com acesso pela rua Lobo da Costa, projeta-se que fiquem as galerias e um auditório. O anexo, com acesso pela Andrade Neves, receberá a administração, área educativa, acervo, laboratório de restauro, área para cursos e oficinas, a Associação dos Amigos do Museu (Samalg) com loja do museu e espaço para arte contemporânea. "Claro, existem setores, como a Federal FM, que permanecerão lá", diz. Esse diálogo já foi iniciado com a reitoria e as pró-reitorias responsáveis. "Esperamos aproveitar esse período para termos esse planejamento e quiçá o início de algumas atividades pra essa expansão o mais rápido possível", fala o diretor.
Fonte: Ana Cláudia Dias - Diário Popular
Foto: Gustavo Mansur
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