O Theatro Guarany, patrimônio de Pelotas, completa no fim desta semana o centenário da sua construção. Localizado no Centro Histórico da cidade e em funcionamento até os dias atuais através da gestão de herdeiros, o teatro foi construído em sociedade por três empreendedores da cidade: Rosauro Zambrano, Francisco Santos e Francisco Xavier.
As motivações responsáveis pela construção do teatro ainda são conflituosas, no entanto existe uma história que é comumente reproduzida na cidade e pela família Zambrano. Conta-se que Rosauro Zambrano tinha um camarote cativo no Teatro Sete de Abril e que, por engano, este havia sido vendido. Ao chegar ao Teatro e constatar o erro, o empresário teria pedido providências que não foram atendidas. Então, Rosauro teria afirmado que nunca mais colocaria os pés no Teatro Sete de Abril e que construiria um teatro maior, mais bonito e confortável.
Porém, conforme Caldas, Santos e Santos (1996), a história contada anteriormente é mais uma mistificação a respeito da fundação do Guarany. Segundo os historiadores, a situação relatada pode ter acontecido, mas não possui relação com a construção do Teatro. Na opinião dos pesquisadores, a história teria sido criada muitas décadas depois da inauguração do Guarany, quando Santos e Xavier já haviam falecido.
A inauguração do teatro se deu na noite de 30 de abril de 1921, com toda a pompa. A Companhia Lyrica Italiana Marranti estreou com a ópera O Guarani, de Carlos Gomes. A abertura do Theatro Guarany se deu num contexto em que Pelotas buscava novos espaços de sociabilidade. A riqueza que circulava na cidade de Pelotas, em função de ser o centro industrial e charqueador mais importante da Província, no final do século XIX e início do século XX, proporcionou uma vida social e cultural intensa.
No teatro ainda foram exibidas sessões cinematográficas e, dos anos 1960 a 1990 também foi palco de bailes carnavalescos; passou a ser utilizado para cerimônias solenes de formaturas, função que se mantém até hoje, entre shows e apresentações artísticas.
Fonte: Dalila Müller e Dalila Hallal
Foto: Felipe Freitas
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