1. Pelotas: 2500 anos de História indígena O “arroio Pelotas”, um dos principais corpos hídricos do município, também pode ter seu nome relacionado à presença dos grupos indígenas, visto que as “pelotas” eram embarcações feitas de couro usadas como transporte de carga e devem ter sido utilizadas pelos índios, sendo seu uso descrito no período escravista das charqueadas pelo francês Jean Baptiste Debret. A massiva presença indígena arqueologicamente detectada (que ultrapassa em mais de dois milênios a data de surgimento de Pelotas – datada de 7 de Julho de 1812, como apontam todos os livros da História oficial), mas historicamente esquecida, sugere que a história da cidade de Pelotas é multicultural e multiétnica e não deve ser limitada aos seus 200 anos, mas ampliada aos seus 2500 anos, envolvendo organicamente a historicidade indígena, algo que a historiografia tradicional teima em esquecer. (Texto: Rafael Guedes Milheira – Fonte academia.edu) 2. Pelotas: escravidão e charqueadas (1780-1888) cover_front_bigO historiador Euzébio Assumpção narrou a história dos trabalhadores cativos nas fábricas de salgar carnes no maior centro charqueador da América sulina. Demonstrou que o número de africanos e seus descentes no território rio-grandense foi maior que o informado pela historiografia oficial. Observou que o charque chegou a ser responsável por 85% das exportações rio-grandenses. Daí salientou importância econômica do setor que mais empregou mão de obra cativa na província. Verificou que nos saladeiros pelotenses a média de escravizados era de 64,8 trabalhadores. Porém, salientou que em algumas fábricas chegaram a ter mais de uma centena e meia de cativos. Observou que o maior número de cartas alforrias foi lançado em 1884, porém, com cláusulas de serviço obrigatório que perduraram até a data da Abolição. (Fonte: Dra. Ester J. B. Gutierrez, UFPel, Pelotas, RS – Sinopse do livro “Pelotas: escravidão e charqueadas (1780-1888)” 3. Freguesia de São Francisco de Paula (1812) A Freguesia de São Francisco de Paula, fundada em 07 de Julho de 1812 por iniciativa do Padre Pedro Pereira de Mesquita, foi elevada à categoria de Vila em 07 de abril de 1832. Três anos depois o Presidente da Província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, outorgou à Vila os foros de cidade, com o nome de Pelotas, sugestão dada pelo Deputado Francisco Xavier Pereira. O nome originou-se das embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas. 4. Theatro Sete de Abril – Primeiro teatro do Rio Grande do Sul (1834) O Theatro Sete de Abril foi o primeiro teatro construído no Rio Grande do Sul e terceiro construído no pais. O começo da construção se deu em 1831, quando ocorriam espetáculos em um antigo galpão improvisado à Rua Anchieta esquina Major Cícero. Sua conclusão deu-se somente em 1834, embora tenham havido espetáculos no ano anterior ao término das obras. Surgiu a partir de uma sociedade dramática particular, a Sociedade Scenica Theatro Sete de Abril, com o objetivo de proporcionar às famílias pelotenses um meio de distração e, ao mesmo tempo, de divulgação da arte. Quando fundado foi instalado num prédio provisório enquanto se tratava da construção do novo edifício. Mercado Público de Pelotas - Créditos Rafa Marin Mercado Público de Pelotas – Créditos Rafa Marin 5. Mercado Central (1849) Construído entre os anos de 1848 e 1849, o Mercado Central de Pelotas passou por inúmeras transformações ao longo de sua história. Entre 1911 e 1914, o local sofreu uma remodelação profunda em termos de planta e fachadas – e foi nesta fase que o prédio recebeu a torre do relógio e o farol. Além disso, no mesmo período, as platibandas passaram a ser vazadas e os torreões receberam ornamentos com guirlandas de flores e frutas.
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