O momento nas universidades federais gaúchas é de ampliação da oferta de aulas práticas no formato presencial. A exceção é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que ainda trabalha na finalização das diretrizes para um retorno mais amplo. A maior preocupação é com os alunos prestes a se formar e que, devido à pandemia, não puderam cursar disciplinas cuja presencialidade é obrigatória, caso das realizadas em laboratórios e das que exigem saídas de campo.
Na Capital, a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) liberou em setembro a oferta de aulas práticas, voltadas principalmente para alunos que estão perto de se formarem. É o caso da disciplina de Hematologia, ministrada pela professora Liane Rotta para 10 estudantes de Biomedicina e Farmácia. Normalmente com frequência semanal, a disciplina está sendo oferecida em formato intensivo.
— É uma disciplina teórico-prática. A parte teórica nós demos no formato remoto, mas a carga horária prática ficou pendente. Então, estamos fazendo aulas intensivas para completar a parte prática. Tem sido muito proveitoso, porque essas aulas desenvolvem as habilidades dos alunos e os preparam para os estágios — explica a professora, que tem sentido os alunos muito interessados pelas atividades.
Desde o início da pandemia, somente aulas práticas prioritárias eram disponibilizadas na UFCSPA, e sempre em locais externos ao campus. A retomada faz parte da fase dois de um programa elaborado pela instituição, composto por cinco etapas. Na fase três, a ser iniciada em 3 de novembro, será concluída a compensação das atividades práticas pendentes de 2020. Será ampliado o número de aulas práticas das 43 atuais para 102. Na fase quatro, os cursos de verão, de inverno e de férias voltam a ser liberados. Por fim, na quinta etapa ocorre a retomada de todas as atividades presenciais, inclusive aulas teóricas. Não há, porém, data prevista para que esse retorno ocorra.
O clima é de retomada também na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que reabriu 125 disciplinas práticas na modalidade presencial na segunda-feira passada (18). Até então, apenas Medicina e Odontologia tinham práticas presenciais. Agora, cursos como Gastronomia, que também têm muitos componentes cuja presencialidade é essencial, voltaram a ter aulas práticas no campus. Foram priorizadas demandas muito acumuladas e necessidades de formandos.
Para 7 de fevereiro de 2022, quando se inicia o segundo semestre de 2021 na UFPel, está previsto o retorno de todas as disciplinas práticas de todos os cursos. As aulas teóricas ainda devem ser mantidas no formato remoto. Não há definição de data para o retorno pleno de todas as atividades.
Planos de contingência
A organização das instituições é feita por meio de planos de contingência. Na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), ele é planejado em três fases, visando a um retorno lento e gradual à presencialidade. Na segunda-feira, foi iniciada a primeira etapa. Com isso, as atividades administrativas passam a adotar um formato híbrido, mas as de ensino e extensão seguem remotas.
Em 16 de novembro, começa a fase dois, e as atividades administrativas da Furg passam a ser totalmente presenciais, mas com escalonamento entre servidores. Disciplinas práticas essenciais para fases finais e intermediárias poderão ser oferecidas presencialmente. Já a fase três está prevista para abril de 2022, quando todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão poderão ser retomadas, a depender do cenário sanitário.
Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), por enquanto, apenas cursos da área da saúde têm aulas práticas ocorrendo de forma presencial. Entretanto, outros cursos já enviaram seus planos de contingência, que poderão ser aprovados nos próximos dias, permitindo, assim, a volta da presencialidade parcial.
A instituição santa-mariense trabalha com a possibilidade de retorno pleno das aulas presenciais no primeiro semestre de 2022, o que dependerá da manutenção dos baixos índices de contaminação e hospitalização por covid-19. O primeiro semestre letivo deverá começar entre março e abril do ano que vem.
Com três campi diferentes no Rio Grande do Sul, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) tem um programa de retomada das atividades presenciais composto por cinco Níveis de Segurança Operacional (NSO). O campus de Cerro Largo opera desde setembro no NSO 3, que permite o desenvolvimento de aulas práticas presenciais em laboratórios e áreas experimentais, de forma escalonada.
— A partir de novembro, quando se inicia o próximo semestre, seguiremos com as aulas práticas presenciais e poderemos ainda ter o retorno de parte das aulas teóricas presenciais — destaca o diretor do Campus Cerro Largo, Bruno München Wenzel.
No Campus Erechim, o NSO 2 — mais brando do que o 3 — foi adotado na semana passada. Com isso, mais atividades práticas serão permitidas. Segundo a diretora em exercício do Campus Erechim, Sandra Pierozan, o planejamento é de retorno às atividades presenciais na unidade em 1º de fevereiro de 2022. O primeiro semestre de 2022, a ser iniciado em abril, deverá marcar o retorno definitivo à presencialidade, não havendo mais autorização legal para o oferecimento do ensino remoto.
Já no Campus Passo Fundo, que conta apenas com o curso de Medicina, as atividades práticas já ocorrem presencialmente desde agosto de 2020. As teóricas estão retornando gradualmente — cerca de 35% ocorrem de forma presencial. A retomada plena deve ocorrer em março.
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) aprovou portaria para voltar às aulas presenciais também em abril de 2022. Entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, haverá a recuperação das atividades práticas represadas.
Fonte: Diário Gaúcho
Foto: Kátia Helena Dia
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