Blog

Pelotas

Capa do blog: Patrimônios de Pelotas: cultura indígena

Patrimônios de Pelotas: cultura indígena

Presente há mais de 500 anos no município


Hoje, 19/04, é marcado o “Dia do Índio”, data que homenageia os inúmeros povos de fundamental importância para a cultura do país. Em Pelotas, estudos indicam a prevalência no passado das etnias charrua e minuano nas áreas alagadiças e que, conforme a datação de materiais encontrados no interior do município, a presença de indígenas guaranis já se dava a mais de 500 anos A.P. (Anos antes do Presente). 

Os Guarani continuam no município e, segundo relatos da vizinhança, valem-se há cerca de 40 anos de uma pequena área (cerca de 0,6 ha) na Colônia Santa Helena, 8º Distrito, que intitulam de Kapi’i Ovy (Capim Verde). Já os caingangues conquistaram junto à prefeitura de Pelotas, em 2016, uma área de 7,5 ha na Colônia Santa Eulália, 5º Distrito, reconhecida como de Especial Interesse Cultural e Social, na qual constituíram a Comunidade Gyró (Pelota de Barro). 

Enquanto prestadora do serviço oficial de assistência técnica e extensão rural e social no Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar iniciou o processo de atuar com os povos indígenas em Pelotas no ano de 2011, na referida comunidade Guarani. De lá pra cá, juntamente com outros órgãos governamentais, passou a desenvolver uma série de ações com o intuito de melhorar a qualidade de vida das famílias indígenas, considerando suas especificidades étnicas e culturais. Assim, através do diálogo com as comunidades, buscando conciliar o conhecimento técnico e o conhecimento tradicional, foram executados projetos de etnodesenvolvimento para atender as necessidades e contribuir para o projeto futuro das famílias. Kits de artesanato, ferramentas e utensílios para o trabalho na agricultura (pás, lonas, adubo orgânico, sementes de milho e feijão, etc.) também foram disponibilizados.

É essencial frisar a importância do artesanato, que além de expressar a identidade cultural de cada uma das etnias guarani e caingangues, também representa a principal fonte de sua sobrevivência, somada às práticas agropecuárias para a subsistência, haja vista a pequena quantidade de terras que possuem à disposição. Nesse sentido, a Emater/RS-Ascar tem garantido o acesso de artesã(o)s indígenas em espaços governamentais de feiras regionais e locais, como, por exemplo, a Fenadoce, a Expofeira, a Festa do Morango e a Festa da Colheita do Pêssego. 

Infelizmente, as famílias indígenas vivem em situação de vulnerabilidade social, pois não têm assegurados os seus direitos constitucionais, enquanto culturalmente diferenciados. Atualmente, o seu acesso às políticas públicas se dá enquanto cidadã(o) brasileiro e/ou agricultor(a), sendo possível e fundamental devido ao trabalho em parceria do Poder Público. 

Ainda há ainda muito o que se fazer em prol das comunidades indígenas para que conquistem maior autonomia e para que sejam devidamente valorizadas; nosso papel no “Dia do Índio” é realizar uma reflexão crítica acerca da nossa relação com as comunidades, preservar a história desses povos e incentivar o reconhecimento dessa rica cultura.

Fonte: Diário Popular

Foto: Bruno Kelly 

#comunidade #indigena #cultura

arrow_back_ios Voltar para Pelotas