A quem servem os cemitérios? Certamente, os cemitérios não servem somente aos mortos. Portando um olhar um pouco mais atento durante uma próxima visita aos cemitérios, podemos perceber que eles servem, principalmente, aos vivos.
Muito além de uma diversidade de cruzes, corpos e arte sepulcral, dividem espaço nos cemitérios, as memórias, os costumes e os modos de épocas presentes e pregressas - materialidades e imaterialidades.
Cemitérios podem ser fontes históricas, podem ser depositários de objetos afetivos que remetem às memórias familiares ou locais de estudo sobre o gosto estético de uma determinada época. Locais que evidenciam a divisão de classes sociais e outros múltiplos aspectos - dentre eles, o movimento artístico e a religiosidade de uma certa época.
Enquanto locais de revelação de formas artísticas , a análise dos epitáfios, de fotos tumulares, da simbologia das obras funerárias constituem-se fontes reveladoras de perspectivas de vida.
Em Pelotas, o "Cemitério das Elites" surgiu após uma epidemia de cólera, em 1855. Atualmente, o Cemitério das Elites faz parte do Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula, no Bairro Fragata.
Nessa época, Pelotas contava com a presença do ciclo do charque que propiciou a existência de grandes fortunas aos charqueadores. Com isso, as famílias abastadas construíram imponentes túmulos inspirados em modelos europeus.
Na época, o "Cemitério das Elites" tornou-se um local de perpetuação dos costumes cultuados na vida cotidiana dessa classe social.
O "Cemitério das Elites" acompanhou o mesmo traçado em quadrículas que era característico de Pelotas. O local é dividido em quatro partes iguais, cortadas por duas avenidas em cruz, pavimentadas e arborizadas com palmeiras. No interior dos quadrantes, estão os mausoléus e túmulos antigos.
Em vários mausoléus, podemos perceber que as decorações estão sofrendo a ação das intempéries, de vândalos e saques. O nosso portal busca conscientizar as pessoas no que diz respeito à importância da preservação desse patrimônio cultural pelotense.
Fonte: Agnaldo Leon Lucas
Foto: Marmorabília
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