Devagar e sempre! A expressão popular que se traduz em cautela e continuidade pode resumir, grosso modo, o panorama do desenvolvimento econômico em Pelotas. O avanço das últimas décadas devolveu o protagonismo da cidade como umas das forças do Sul. Mesmo com a pandemia, o município conseguiu se manter no passo certo, com números promissores com relação à geração de empregos e atração de investimentos. O debate sobre os rumos da economia local, volta e meia, sempre vem à tona. É vital, portanto, que alguns dados sejam esclarecidos.
Ao trazer os registros do Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, é preciso considerar o longo período de estagnação regional que ainda coloca a cidade em desvantagem frente a outros centros. É necessário avaliar, no entanto, a evolução constante a partir de meados dos anos 2000. Segundo o Sebrae, o PIB de Pelotas saiu de R$ 2,5 milhões em 2004 e chegou a R$ 8,8 milhões em 2018. A renda per capita, analisada no mesmo período, mais que triplicou, saltando R$ 7,4 mil para R$ 25,8 mil.
O Índice de Cidades Empreendedoras 2020, com as cem cidades mais populosas do Brasil, apresenta Pelotas na 63ª posição no eixo infraestrutura, à frente de Caxias do Sul e Salvador. Quesito em que o município se destaca ao ter acesso a vários modais de transporte. A infraestrutura urbana também faz de Pelotas a única com menos de 500 mil habitantes com dois bairros planejados. O município fica na 43ª posição quando o tema é Inovação, superando cidades como Guarulhos e Cuiabá.
Se Pelotas fosse uma cidade com desenvolvimento econômico inexpressivo conseguiria atrair tantas empresas de grandes redes estaduais e nacionais? Precisamos perceber que este fator está diretamente associado a um aspecto bem peculiar que destaca o município: o potencial de consumo. Estes investimentos que aportam por aqui são essenciais para a economia, devido ao significativo retorno em ICMS e pela mão de obra.
Da mesma forma, expansão de empresas genuinamente pelotenses também é uma realidade. Empresas do ramo de tintas, construção civil, alimentação, ultrapassaram os limites regionais. No setor da tecnologia e logística, o case de sucesso mais recente é o de uma empresa que nasceu como uma startup, no Pelotas Parque Tecnológico, e foi negociada por mais de R$ 80 milhões. Em 2020, em meio à pandemia, o surgimento de novas empresas alcançou saldo positivo em Pelotas, tanto no comércio, quanto na indústria e nos serviços. Pelotas também conseguiu retomar os postos de trabalho, terminando o ano com mais vagas ocupadas. Outras cidades, como Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria ficaram no negativo no mesmo período, conforme o Caged.
O turismo tem sido outro braço importante. Somente em 2019, a cidade recebeu mais de 3,2 milhões de visitantes, um fluxo no mesmo patamar de cidades já consolidadas no segmento como Nova Petrópolis e Canela. Deste total, 22,8% vieram de fora do estado, com uma média de permanência de três dias.
Ao comparar dados inerentes ao desenvolvimento é fundamental fazê-lo sem deixar de considerar as realidades locais, seus potenciais e históricos socioeconômicos. É também um exercício da capacidade de percepção, como diz outra expressão popular: é uma questão de ver "o copo meio cheio ou meio vazio". A economia mudou muito nos últimos tempos, a cidade sentiu, claro, os reflexos de várias crises recentes, mas segue seu curso. O caminho é promissor.
Foto: Pelotas Turismo
#turismoeinovação #pelotas #desenvolvimento
Voltar para Notícias