O período de pandemia, já de considerável quantidade de tempo, afeta a todos nós, de diferentes formas. Mas existem estudos apontando que para as mulheres ele tem sido especificamente mais duro. Para expor essa realidade e promover o sentimento de que ninguém está sozinho, o Museu Diários do Isolamento promove a exposição de curta duração (RE)EXISTÊNCIA: Os vários lugares da Mulher na Pandemia, trazendo relatos de artistas e cientistas, em diferentes formatos, dos desafios atuais.
Para o primeiro módulo, referente às mulheres cientistas, nove aceitaram a proposta e tiveram as experiências postadas no site do museu. São trabalhadoras que atuam em diferentes cidades e universidades, UFPel, UFRGS, UNIVATES, Instituto Federal de Tocantins. Elas não receberam exatamente um formato definido pelo qual expor as
narrativas. A partir daí, surgiram depoimentos em vídeos, áudios, escritas e fotos, que trazem histórias do âmbito prossional, pessoal e de quando há interseção entre os dois.
O objetivo da exposição é promover diálogo entre mulheres das duas categorias prossionais. Compartilhar histórias, rotinas e desafios surgidos do isolamento e do contexto pandêmico como um todo. Além disso, trata-se de convite para que o público explore os próprios desafios, refletindo como a pandemia alterou a vida e os hábitos de todos, e assim repense conceitos sobre produtividade e conexões sociais.
"Percebemos a necessidade que muitas mulheres tinham de compartilhar as suas experiências. Eram demonstrações práticas de vários estudos que já apontavam a sobrecarga de trabalho, gerada pela pandemia, para as mulheres. Elas cumprem dupla jornada, acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos e, na pandemia, mais pessoas permaneceram dentro de casa, além das preocupações relacionadas ao próprio vírus, iminência de contaminação, necessidade de mudanças de hábitos de higiene, redução de convívio social, familiares adoecidos", relata a professora Noris Leal, uma das curadoras do projeto.
Ilustrações
A exposição é acompanhada também por ilustrações produzidas pelo estúdio pelotense Illustras, composto por Giulianna Bertinetti e Luísa Mantelli. Também duas
trabalhadoras da arte se adaptando ao período pandêmico, importante pontuar. "Ficamos muito felizes e honradas com o convite para fazer as ilustrações de divulgação da exposição. Por retratar o lugar da mulher nos tempos de pandemia, na arte representamos a subversão dos arquétipos da janela e da tela de computador. A janela, que normalmente serve como meio de olhar para fora, está posicionada para que se enxergue o interior do ambiente, ao passo que a tela acaba sendo a ponte para o mundo exterior à casa", comentam, em conjunto.
Confira a exposição aqui.
Fonte: Leon Sanguiné - DP
Foto: Divulgação
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